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Por que novas cloroquinas virão

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Clo­ro­quina e COVID-​19

Não é no­vi­dade que a clo­ro­quina (ou hi­dro­xi­clo­ro­quina) já foi a droga pro­me­tida para der­ro­tar (ou pelo menos ame­ni­zar) a pan­de­mia de COVID-​19 em curso. E todos sa­be­mos que a his­tó­ria curta, porém com­pli­cada da clo­ro­quina (CQ, para en­cur­tar) não é ani­ma­dora.

A CQ che­gou à aten­ção da mídia e do pú­blico quando pes­qui­sa­do­res chi­ne­ses no­ta­ram que ne­nhum pa­ci­ente de um grupo de 80 que to­ma­vam CQ para tra­ta­mento de lúpus havia se in­fec­tado com o vírus Sars-​Cov-​2 (cau­sa­dor da COVID-​19). Esse tipo de evi­dên­cia é muito es­pe­cu­la­tivo e, por mais que possa apon­tar na di­re­ção de hi­pó­te­ses vá­li­das, não deve ser exa­ge­rado. A amos­tra de 80 pa­ci­en­tes é mi­nús­cula e os pa­ci­en­tes com lúpus podem ade­rir ao dis­tan­ci­a­mento so­cial mais, dado que são mais sus­ce­tí­veis a do­en­ças in­fec­ci­o­sas por conta dos tra­ta­men­tos aos quais são sub­me­ti­dos. Ainda assim, as evi­dên­cias foram exa­ge­ra­das, es­pe­ci­al­mente de­pois da pu­bli­ca­ção de um es­tudo fran­cês com inú­me­ras fa­lhas, no qual a com­bi­na­ção da CQ com o an­ti­bió­tico azi­tro­mi­cina (o qual pro­va­vel­mente não faz nada con­tra vírus, visto que atua con­tra bac­té­rias) su­pos­ta­mente levou a uma me­lhora ab­sur­da­mente mais rá­pida de pa­ci­en­tes hos­pi­ta­li­za­dos (leia aqui para saber mais sobre esse es­tudo).

Como se diz sem­pre: afir­ma­ções ex­tra­or­di­ná­rias re­que­rem evi­dên­cias ex­tra­or­di­ná­rias. Porém, as evi­dên­cias não mais que or­di­ná­rias e muito ques­ti­o­ná­veis a favor da CQ con­tra a COVID-​19 ra­pi­da­mente se tor­na­ram po­pu­la­res, com po­lí­ti­cos e até al­gu­mas au­to­ri­da­des da saúde de­fen­dendo seu uso. Desde março, di­ver­sos es­tu­dos com mais rigor ci­en­tí­fico in­ves­ti­ga­ram esse uso da CQ (leia aqui, aqui, aqui, aqui e aqui). Não sur­pre­ende que todos esses es­tu­dos (en­saios clí­ni­cos ran­do­mi­za­dos) não en­con­tra­ram ne­nhuma evi­dên­cia de que a CQ apre­sente qual­quer be­ne­fí­cio con­tra a COVID-​19.

Ainda assim, al­gu­mas li­de­ran­ças po­lí­ti­cas ainda de­fen­dem a CQ com grande en­tu­si­asmo e seu uso ainda é bas­tante po­pu­lar. Aqui no Bra­sil, não ape­nas o pre­si­dente de­fende seu uso, como tam­bém pla­nos de saúde dis­tri­buem “kits COVID”, os quais con­têm CQ e ou­tras dro­gas, para pa­ci­en­tes con­ta­mi­na­dos.

Nessa en­xur­rada de coi­sas sem sen­tido, pode-​se per­gun­tar: como che­ga­mos a esse ponto? Não é uma per­gunta fácil, com múl­ti­plos fa­to­res res­pon­sá­veis — den­tre eles a le­gí­tima es­pe­rança di­ante de uma do­ença sem te­ra­pia. Mas de todos esses fa­to­res, gos­ta­ria de focar em um: como nós, ci­en­tis­tas, es­ta­mos fa­lhando em ex­pli­car por que tes­tes clí­ni­cos bem con­tro­la­dos são ne­ces­sá­rios (leia aqui para mais uma ex­pli­ca­ção nesse sen­tido). Não ex­pli­ca­rei o que são os tes­tes clí­ni­cos ran­do­mi­za­dos, há di­ver­sos ma­te­ri­ais ex­ce­len­tes sobre esse tó­pico.

Penso que essa falha se deve em par­tes a uma falta de en­ten­di­mento in­tui­tivo de no­ções es­ta­tís­ti­cas e ci­en­tí­fi­cas bá­si­cas, as quais serão ex­plo­ra­das bre­ve­mente aqui.

Pro­ba­bi­li­da­des ba­sais e o erro de jogar a moeda

Su­po­mos haver uma do­ença se es­pa­lhando sem ne­nhuma te­ra­pia dis­po­ní­vel, com mor­ta­li­dade baixa (1%). Agora, su­po­mos tam­bém que um certo tra­ta­mento, com evi­dên­cias bem fra­cas a seu favor, ganha aten­ção e po­pu­la­ri­dade. Vamos cha­mar esse tra­ta­mento de droga “Vai Que (VQ) fun­ci­ona”. As pes­soas co­me­çam a tomar o VQ e re­la­tam que suas re­cu­pe­ra­ções foram muito rá­pi­das e tran­qui­las. Con­forme isso acon­tece mi­lha­res de vezes, é ten­ta­dor, quase ir­re­sis­tí­vel, con­cluir que a droga VQ fun­ci­ona, certo? Não.

As­su­mindo que a droga não faz ab­so­lu­ta­mente nada, cons­trui­re­mos uma ta­bela sim­ples. As co­lu­nas in­di­cam se a pes­soa tomou VQ ou não, en­quanto as li­nhas in­di­cam se a pes­soas mor­reu ou não (com mor­ta­li­dade de 1%).

Morte
VQ
SimNão
Sim5050
Não49504950

Nesse exem­plo, de 10.000 pes­soas com a do­ença, me­tade tomou VQ (para fa­ci­li­tar a vi­su­a­li­za­ção), e 50 pes­soas mor­re­ram em ambos os gru­pos (to­mando VQ ou não). Quando vemos essa ta­bela, resta evi­dente que a droga pa­rece não fun­ci­o­nar. Con­tudo, con­si­dere que 4950 pes­soas que to­ma­ram VQ estão per­fei­ta­mente bem, e mui­tas se não a mai­o­ria delas atri­bui­rão sua so­bre­vi­vên­cia à droga, en­quanto as 50 que mor­re­ram não serão ou­vi­das.


Morte
VQ
SimNão
Sim10050
Não49004950

Agora si­mu­la­re­mos um novo ce­ná­rio. Dessa vez, a droga pi­o­rou as coi­sas. No­va­mente, ao olhar a ta­bela é fácil per­ce­ber que a droga VQ levou a um au­mento de 100% na mor­ta­li­dade! Mas ainda há 4900 pes­soas (isto é, 98% da­que­les que to­ma­ram a droga) que so­bre­vi­ve­ram e podem de­fen­der a VQ com todo seu en­tu­si­asmo.


Morte
VQ
SimNão
Sim653459466
Não40833592

Um úl­timo exem­plo, desta vez mais re­a­lista. A droga não tem ne­nhum efeito, mas ima­gine ficar sa­bendo sobre os casos ape­nas por re­la­tos de in­di­ví­duos e pela co­ber­tura mi­diá­tica. Os nú­me­ros se tor­nam obs­cu­ros e é fácil tirar con­clu­sões er­ra­das.

Esses exem­plos ilus­tram que, em um ce­ná­rio real, é muito di­fí­cil per­ce­ber a real di­men­são das coi­sas nesse nível de de­ta­lhe, e evi­dên­cia ane­dó­tica — isto é, quando al­guém te conta que ele ou ela me­lho­rou após tomar VQ — não deve ser le­vada tão a sério. E ainda que a ta­bela mos­trasse algum efeito po­si­tivo de VQ, isso não seria o su­fi­ci­ente. Pes­soas que de­ci­dem tomar VQ podem ser di­fe­ren­tes das que não tomam em vá­rios as­pec­tos que in­flu­en­ciam a chance de so­bre­vi­vên­cia. Esses vi­e­ses só podem ser cor­ri­gi­dos com tes­tes clí­ni­cos ran­do­mi­za­dos.

Do­en­ças não são um jogar de moeda

In­tui­ti­va­mente, nosso senso de pro­ba­bi­li­dade se apro­xima a um jogar de moeda. Ou seja, pen­sa­mos: tenho essa do­ença e posso mor­rer ou não (um jogar de moeda). “Posso até tomar essa droga Vai Que, ela pode me aju­dar” (50/50). “Se eu so­bre­vi­ver, a droga pro­va­vel­mente aju­dou. Me­lhor ainda, se mui­tas pes­soas so­bre­vi­vem após tomar VQ, a droga tem que fun­ci­o­nar!”

O erro deve ser óbvio a essa al­tura. En­quanto quase todos sabem que sua chance de mor­rer não é 50% (nesse caso, é de 1%), é di­fí­cil levar essas pro­ba­bi­li­da­des em conta in­tui­ti­va­mente e nós somos le­va­dos em di­re­ção ao ce­ná­rio 50/50. Sob a in­fluên­cia desse viés (50/50), quando mi­lha­res de pes­soas so­bre­vi­vem após tomar VQ, nós ten­de­mos a pen­sar que a droga deve estar fun­ci­o­nando pre­ci­sa­mente por­que ig­no­ra­mos a mor­ta­li­dade baixa. Qual é a pro­ba­bi­li­dade que a droga re­al­mente fun­ci­one? Se a evi­dên­cia é muito fraca, po­de­mos con­si­de­rar ser a mesma de uma droga ale­a­tó­ria qual­quer fun­ci­o­nar, o que é, evi­den­te­mente, muito im­pro­vá­vel.

Essas pro­ba­bi­li­da­des, 1% de mor­ta­li­dade e quase zero de chance de uma droga ale­a­tó­ria fun­ci­o­nar são cha­ma­das pro­ba­bi­li­da­des ba­sais (ou a pri­ori). Se a evi­dên­cia sobre um caso par­ti­cu­lar é fraca (por exem­plo, “eu vou so­bre­vi­ver a essa do­ença?”), nós de­ve­mos sem­pre usar a pro­ba­bi­li­dade basal como um ponto de par­tida (1% de chance de mor­rer). A par­tir daí, po­de­mos cui­da­do­sa­mente andar em ambas as di­re­ções com as evi­dên­cias sobre um caso par­ti­cu­lar (por exem­plo, “tenho pro­blema car­díaco, o que au­menta meu risco de mor­rer”, ou, “sou bas­tante jovem, o que reduz o meu risco no geral”). Quanto mais fraca a evi­dên­cia, menos nós de­ve­mos nos des­viar da pro­ba­bi­li­dade basal.

Sobre a droga, se a evi­dên­cia é muito fraca, nós de­ve­mos con­si­de­rar a pro­ba­bi­li­dade basal como a pro­ba­bi­li­dade de que qual­quer droga ale­a­tó­ria fun­ci­one con­tra a do­ença, ou que outro me­di­ca­mento da mesma classe (al­gu­mas podem já ter sido tes­ta­das) seja efe­tivo.

En­tre­tanto, in­tui­ti­va­mente ten­de­mos a su­pe­res­ti­mar muito as evi­dên­cias fra­cas de casos par­ti­cu­la­res e somos atraí­dos em di­re­ção ao ce­ná­rio 50/50. “Meu vi­zi­nho es­tava quase morto e se re­cu­pe­rou após tomar VQ”, por exem­plo. Isso tam­bém pode acon­te­cer com do­en­ças com alta mor­ta­li­dade (cân­cer, por exem­plo) visto que ape­nas aque­les que so­bre­vi­vem podem falar sobre suas te­ra­pias, e ape­nas um pu­nhado dos co­nhe­ci­dos da­que­les que fa­le­ce­ram podem cri­ti­car al­guma droga ou te­ra­pia.

Isso, so­zi­nho, é su­fi­ci­ente para as­se­gu­rar que novas clo­ro­qui­nas virão. Com do­en­ças novas ou já exis­ten­tes cir­cu­lando, mui­tas pes­soas so­bre­vi­ve­rão após to­ma­rem di­ver­sas dro­gas ou tra­ta­men­tos que podem muito bem fazer nada. No mundo real, é muito di­fí­cil dizer a % de pes­soas que so­bre­vi­ve­ram após tomar uma droga com­pa­rado à % entre aque­les que não to­ma­ram. Isso torna um ra­ci­o­cí­nio ade­quado quase im­pos­sí­vel sem es­tu­dos apro­pri­a­dos.

Sem evi­dên­cia a favor

A se­gunda razão pela qual novas clo­ro­qui­nas virão é uma grande falha de co­mu­ni­ca­ção entre a co­mu­ni­dade ci­en­tí­fica e o pú­blico geral: em ter­mos ci­en­tí­fi­cos, nós não po­de­mos for­mal­mente pro­var uma afir­ma­ção ne­ga­tiva. Ou seja, ci­en­tis­tas nunca afir­mam que a droga X ou Y teve sua ine­fi­cá­cia com­pro­vada con­tra COVID-​19 ou qual­quer outra con­di­ção. Isso se deve à forma como os es­tu­dos são de­se­nha­dos: eles bus­cam di­fe­ren­ças entre gru­pos sub­me­ti­dos a di­fe­ren­tes tra­ta­men­tos. Assim, o es­tudo pode afir­mar que (1) houve di­fe­rença entre os gru­pos (por exem­plo, pes­soas to­mando a droga X mor­re­ram menos) ou (2) que não houve di­fe­rença. A au­sên­cia de di­fe­rença entre gru­pos não é prova for­mal da ine­fi­cá­cia da droga, mas com cer­teza é uma boa evi­dên­cia nessa di­re­ção.

Ao longo da pan­de­mia de COVID-​19, di­ver­sos es­tu­dos não en­con­tra­ram di­fe­ren­ças entre gru­pos que to­ma­ram CQ ou pla­cebo em mor­tes e des­fe­chos hos­pi­ta­la­res. Com vá­rios es­tu­dos in­de­pen­den­tes che­gando às mes­mas con­clu­sões, é se­guro dizer com boa cer­teza que a clo­ro­quina não é um bom tra­ta­mento para Covid-​19.

Ainda assim, au­to­ri­da­des ficam com os ter­mos téc­ni­cos e afir­mam não haver evi­dên­cias ci­en­tí­fi­cas de que a CQ fun­ci­one con­tra COVID-​19. Isso, porém, é cap­ci­oso. É uma afir­ma­ção ver­da­deira, é claro, mas ela ig­nora o fato que sim­ples­mente não há ne­nhuma evi­dên­cia de qua­li­dade a favor da CQ. Isso é uma grande falha de co­mu­ni­ca­ção que pre­cisa ser cor­ri­gida. Nós ja­mais pro­va­re­mos, em ter­mos ci­en­tí­fi­cos, que a CQ é ine­fi­caz con­tra COVID-​19, assim como ja­mais pro­va­re­mos que comer cho­co­late tam­bém é ine­fi­caz con­tra COVID-​19 ou qual­quer outra do­ença!

Não obs­tante, que afir­ma­ções ne­ga­ti­vas não são nunca com­pro­va­das em ter­mos ci­en­tí­fi­cos não é des­culpa para in­sis­tir­mos em te­ra­pias ine­fi­ca­zes nem para estudá-​las para sem­pre, es­pe­rando que um es­tudo mi­la­groso vá pro­var sua efi­cá­cia. Ainda que um es­tudo faça isso, a evi­dên­cia deve ser to­mada em con­junto, e um es­tudo po­si­tivo entre mui­tos ne­ga­ti­vos pode ocor­rer por puro acaso. Quanto mais es­tu­dos fa­ze­mos, maior a pro­ba­bi­li­dade de um falso po­si­tivo ocor­rer.

Con­sequên­cias de “clo­ro­qui­nas”

A ci­ên­cia pos­sui um mé­todo im­per­feito, porém o me­lhor dis­po­ní­vel até hoje, para evi­tar pes­qui­sas des­ne­ces­sá­rias: o pro­cesso de re­vi­são por pares. Todo pe­dido de fi­nan­ci­a­mento de pes­quisa é ava­li­ado por ou­tros mem­bros da co­mu­ni­dade ci­en­tí­fica. É muito pro­vá­vel que sem a aten­ção e a pres­são do pú­blico geral a CQ nunca teria sido tão tes­tada como foi. Para dizer de forma sim­ples: nunca houve evi­dên­cia su­fi­ci­ente para considerá-​la uma te­ra­pia viá­vel. Assim, se a re­vi­são por pares tra­di­ci­o­nal ti­vesse sido se­guida, uma enorme quan­tia de re­cur­sos fi­nan­cei­ros e hu­ma­nos po­de­ria ter sido me­lhor em­pre­gada, em ou­tros en­saios mais pro­mis­so­res para lidar com a pan­de­mia de COVID-​19, por exem­plo.

Isso acon­te­ceu aqui no Bra­sil com a fos­fo­e­ta­no­la­mina. Um Pro­fes­sor uni­ver­si­tá­rio co­me­çou a fazer afir­ma­ções sem em­ba­sa­mento que essa droga era a “cura” para o cân­cer. Ela ga­nhou po­pu­la­ri­dade ra­pi­da­mente, pres­si­o­nando po­lí­ti­cos e re­gu­la­do­res a testarem-​na e até mesmo a per­mi­ti­rem sua co­mer­ci­a­li­za­ção sem com­pro­va­ção de efi­cá­cia. De fato, um pro­jeto de lei que le­ga­li­zou seu uso mé­dico foi apro­vado e de­pois re­vo­gado pela jus­tiça. Até mesmo es­tu­dos com hu­ma­nos foram re­a­li­za­dos, fa­lhando em pro­var sua efi­cá­cia con­tra o cân­cer (leia aqui). De novo, uma quan­ti­dade enorme de re­cur­sos foi gasta em pes­quisa inú­til por conta da pres­são para tes­tar uma te­ra­pia sem evi­dên­cias boas de es­tu­dos in vitro ou em ani­mais.

Con­clu­são

Nossa ne­gli­gên­cia em re­la­ção às pro­ba­bi­li­da­des ba­sais, com­bi­nada com uma quan­ti­dade enorme de evi­dên­cia ane­dó­tica de co­le­gas em redes so­ci­ais, vi­zi­nhança ou ou­tros es­pa­ços é um tô­nico po­de­roso para a po­pu­la­ri­dade de te­ra­pias ine­fi­ca­zes. Isso, com­bi­nado com a falha de co­mu­ni­ca­ção que ex­plo­ra­mos acima, é a com­bi­na­ção per­feita para a pseu­do­ci­ên­cia ou até mesmo bo­ba­gem pura pros­pe­ra­rem.

Isso, em con­junto com ou­tros fa­to­res so­ci­ais e cul­tu­rais, é uma das prin­ci­pais ra­zões pela qual te­ra­pias com­ple­ta­mente ine­fi­ca­zes como a ho­me­o­pa­tia ainda são tão po­pu­la­res. Nós, en­quanto ci­en­tis­tas, de­ve­mos pres­tar mais aten­ção à po­pu­la­ri­dade de tra­ta­men­tos inú­teis. Mesmo que eles não apre­sen­tem efei­tos co­la­te­rais (nem efeito ne­nhum, como a ho­me­o­pa­tia), eles ser­vem como solo fér­til para no­ções equi­vo­ca­das, como o caso da CQ, flo­res­ce­rem.


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